quarta-feira, 31 de março de 2010

Conto Necropsial. [II]

Um dos tantos.]


(Na sala do N.A - Necrófilos Anônimos - Brinco, não existem tantos monstros assim - eu acho.)
     Em súbito e desde  início constatei loucura. Dois pardais: prisão do pensar, Local de sua internação. Era louca, eu sempre soube, quem a pode parar?
Após a fuga, esbarrando em macas e bisturis, todos a viram ,simplesmente ridícula!
   Até a sacada: é um pulo.
Peço perdão, mas foi sem ironia.]
Jogou-se sem querer morrer, mas ou pulava, ou morria... Tolice, bem pudera, louca e burra é bem de sua índole. Imaginem vocês: Não voou. Constatação futura. Perdera as asas de anjo, é , ela também caiu do céu. Irônicamente dois pardais não a mantivera nível acima do seu lugar de suplício e de não metafórica queda. À espera do serviço, logicamente o funeral, vía-se: 
Sua cabeça retorcida;
A face desfigurada;
Assassinato concluido.
Mas e o corpo de delito?
Três dias corridos e ela some, mesmo morta.
Maria jaz sem face (como eu soube? Vê-se: não me conhecem...)
O corpo também sumiu.
Fora encontrada e...
Esfacelada.
Presa em gelo,dane-se eufemismos à parte, era sim, uma gaveta de necrotério.
Alva, agora preta; espôndilos destrinchados.


[Jornalistas me perguntam a quantos dias faleceu. Porque eu tinha que saber? Acaso... Eu a matei?]

   Amarrado em corda, seu pescoço, não enforcada, apenas...
Gostava de sofrer.
- Sadomasoquista, eu?
Jamais, mas se vocês pudessem ouvir seus gritos de horror, clamando piedade... Saberiam do que falo...
Não que os tenha ouvido na hora de sua morte, mas em outras ocasiões...Bem, voltemos:
     Que tinha eu com sua vida?
Fora apenas um estranho amigo.]
É, não deu tempo de perguntar se gosta, ou... Gostava. risos.
Desculpem-me, mas não pude conter meu sarcasmo.
     Cabelos, 
apenas o que sobrou, perfume canforado, gélido. Desfigurada, ébria,drogada e mais uma vez.
Sei que já me contradisse, mas ela, ela...
Morreu por que quis!
*Conselho: Dei para ela, nao funcionou, talvez sirva para vocês, "Nunca brinque com álcool, ou você bebe, ou acaba produzindo faíscas.''
Tomou sua decisão.Culpa dela só. Apenas o que merecia, fiz... Mas não a matei... Induzi, mas de resto foi com ela e a falta de sorte.
Consigna: Lugar errado, hora errada, sabem?

[Coração raspado à canivete
Tatuagem cadavérica.]

     Idéia minha: criativo e insaciável. Intensos desejos meus, inimitável.
     Ah, se pudesse...
     Não faria o que fiz...
Apenas pensaria nela, faria novamente, mas pensaria antes e talves ditasse regras:
Mais sangue,mais gritos, mais horror!!!
     Satisfação... Mórbido. Ainda que suja e odorífera, quero-a. Desejo seu seio, toque, cheiro dos cabelos e o resto do corpo! Necrófilo, sei, mas isso é óbvio. EU tinha que encontrar Dois Pardais. Com uma percepção de desejo doentia. Mais uma vez morta e só.


Desculpem-me, mas as autoridades não revelaram o nome.
2/6779 - CORPO NÃO IDENTIFICADO
Mas eu sei quem ela é...
E vocês sabem que eu sei.

Nanny Calih

Conto Necropsial. [I]

No dia em que desisto dela]

    Tomava meu café da tarde, às cinco, quando atravessou a porta e rasgou minha sala de um canto a outro; ensanguentada, só, gritando. Pedindo-me o minimo de piedade...
    Andei, até o socorro mais distante, sussurrei  pelo médico (no máximo) duas vezes, depois fui, deixando-a.
Maria.
    Era clara, de corpo e das idéias; fresca, de corpo e das idéias. Olhos acinzentados como o seu passado.
O qual nunca desejei saber.
    Seus cabelos avermelhados, lembravam-me a cor das lágrimas que nao pude evitar que caíssem por ela. Era fraca, e demente. Maldita. Maria. Nunca fora minha, nem nunca quisera; tinha-me uma piedade assustadora. Suas mãos conduziam-me, seus pés sumiam em mim. Lembrava-me das noites em que dormíamos juntos e na manhã seguinte, mesmo estando ao meu lado, acordava sem sentí-la. 
    Seios fartos, estereótipo, corpo nobre, farto, frio. Pensava em seus pensamentos, gemia recordando suas coxas e joelhos, quando no meio de minhas fant...

- Maldito!

    Chamou-me,gritou.com satisfação, e lembrei da sua existência, mesmo sem nunca ter esquecido dela.Implorou que a levasse para casa. A minha. Dane-se.
Atendi frio. Não me correspondia. Convulsionava uma vez a cada fração de segundo, cuspia seu podre sangue; contorcia-se, estando eu ao seu lado. Só no momento de seu último suspiro, percebi o que estava acontecendo e o erro cometido.
  Maria morreu ali, bem do meu lado, simples me sentei, sorri para ela e tomei meu último gole de café, com dois pingos de leite, açúcar ao invés de adoçante e creme por cima.
  Vagabunda. Eu nunca lhe falei do meu amor...

[Três dias e doze reais depois: 
                               Na carta,


"Morreria por ti, só tu não viste."
                                 Maria.B



 - Maldita, Maria Vagabunda.
4:59 pm.



Nanny Calih

quarta-feira, 17 de março de 2010

Código da vida - Saulo Ramos

"   Há uma certa adesão à crença de que o crime compensa."


O livro é um tal de Muuuuuito bom - Leiam!

-

Quem nasce com a Língua bifurcada não precisa passar a vida toda rastejando por aí...  ;)

terça-feira, 16 de março de 2010

- Tenho sete linhas e doze minutos para escrever minha Introdução.

Eu fiz isso?


Algumas coisas não fazem a menor diferença.
Do meu passado, eu tive um, tá me ouvindo?
Sabe do que eu lembrei agora?
Depois de tudo aquilo, 
Depois que você caiu,
Eu acho que é exatamente isso:
Eu não tô nem aí pra sua dor.
Para as suas desculpas de fim de tarde.
Sabe, amor eu...
Não quero ouvir!
Eu não tô nem aí pra sua dor.
Já ouvi tanta coisa.
De gente que não sabe disso.
De gente que ama.
Que sabe das coisas.
Que me ama.
Eu não acredito.]
É tão vulgar, e insano.
É ruim não sentir a mínima falta.
(Você também acha que não.)
E eu não amo estar ao seu lado.
Sei o que vai dizer: eu minto e é muito.
Não percebo se está por perto.
Não. Quero que esteja!
Se é só pra você? Talvez,ou não.
Sempre que nos vemos é uma falha,
É sempre uma história nova.
De eu ter que ouvir tudo.
Sinceramente:
Não escuto.
Por que, não sei se percebeu, mas eu...
Não tô nem aí pra sua dor.
Ter se aproximado foi um erro e problema seu.
Mas, importa tanto que me vejo aqui as duas da madrugada escrevendo sobre as manchas e depressões dos outros.
Eu perdi a graça.
Deixei de ser o centro até pra mim.
Eu não sinto mais dor.
Por quê me importo?
Me sinto perturbada.
Se não, se não está por perto.
Eu a vejo.
Ri tanto, e ... Quando está com ele.
Não sabe o que faz e diz.
Besteiras.
Sou eu nela.
Eu já fiz isso!
Sabe, acaba sendo.
Eu amo isso.
(Faz parte das minhas mentiras de amor.)
Acho que nunca escrevi tanto sobre isso.
Você se importa?
Que piada!
Não tá nem aí pra minha dor.
Sei o que vai dizer,mas
Nem pra a que eu não sinto...
Não faço a menor diferença.
Nem viu que eu tô por perto.
Ouviu o que eu disse?
Mas eu ouvi o que você disse.
"Sou cética e acima do seu nível."
 Eu pedi pra não dizer a ninguém.
Sabe como eu me sinto?
Sua.
Ah! Sobre o nível: que bom que não precisei dizer.
E pra você:
Meus Fragmentos de Amores.


Pareceu uma dedicatória?
Droga! Vou ter que fazer denovo.
Será que usei mais de doze minutos? 
 

segunda-feira, 15 de março de 2010

Voltando!

Bom, achei interessante o blog de um amigo, onde publica o que escreve, e resolvi tomar coragem, aí vai Fragmentos de Amores - Meu livro mais antigo.

P.s: O Blog do amigo:
http://www.linhasmigalhas.blogspot.com/


P.s²: O menino é muuuuuuuuuuuuuuuuuito bom, confiram!
:*:*:*